As conferências da ONU sobre meio ambiente, realizadas nos últimos 30 anos, contribuíram imensamente para fixar o conceito de interdependência das nações e a importância da inovação tecnológica e da cooperação para o desenvolvimento sustentável.
No plano industrial, a ideia de gestão de empresas ganhou impulso no Brasil a partir dos anos 80, com teorias determinadas a ampliar a produção, reduzir poluentes e garantir qualidade de vida aos colaboradores e à sociedade.
O avanço no conceito de gestão acompanhava a mudança de mentalidade dos consumidores e as novas legislações ambientais. Ou seja, as empresas foram obrigadas a se aprimorar para cumprir com as novas regras e garantir competitividade no mercado externo.
A partir de então se iniciou um trabalho árduo e complexo para o setor empresarial, que exigia muito investimento e formação de lideranças. As grandes corporações, com unidades distribuídas pelo mundo, foram as primeiras a disseminar os modernos conceitos de gestão que buscam a sustentabilidade.
Hoje é comum dizer que a formação humana é a alavanca do sucesso. Mas a palavra relativamente nova nesse contexto é “cooperação”. Para os especialistas em gestão, estão fadadas ao fracasso as empresas que não seguirem esse caminho: formação de pessoas para a liderança, investimento em novas tecnologias e cooperação. São fundamentos interligados que balizam as relações de negócio.
A globalização, por mais abstrato que soe o termo, cobra diariamente a equivalência de protocolos nas transações, o que exige ferramentas modernas, conectadas em rede. Quem estiver fora do circuito, tende a ser descartado do jogo. Quem estiver no circuito será constantemente cobrado, pois todos os requisitos da boa gestão podem ser medidos, certificados e comparados.
No entanto, mesmo diante de uma nova realidade de relacionamentos, há muitas empresas que ainda não se atentaram para os fatos e insistem em preservar regras de gestão antigas e inadequadas. Alessandro Natal, coordenador administrativo da empresa Fermentec - consultoria especializada em fermentação alcoólica -, diz que principalmente as pequenas e médias empresas pecam pela centralização do poder.
“Quando falamos em implantar práticas de gestão, a primeira coisa que vem à mente, para esses empresários, é perda de tempo. Eles acham que o faturamento vem antes de tudo. Mas na prática o que acontece é o inverso, pois a maioria das empresas administradas sob esta visão está perdendo competitividade no mercado”, diz. Ou seja, estão sentindo agora a mesma pressão que as transnacionais sentiram no passado. E precisam reagir.
A cooperação em cadeia vem sendo a porta da superação. Os Arranjos Produtivos, que estão sendo organizados em todo o país, são exemplos vivos de que é possível fortalecer uma cadeia produtiva com o trabalho em conjunto e capacitação coletiva.
No estado de São Paulo, a diretoria do Arranjo Produtivo do Álcool (Apla), em parceria com as principais lideranças do setor e o apoio do Sebrae, traçou algumas diretrizes para que as pequenas e médias empresas se profissionalizem. O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) deu mais um passo e alinhavou um plano em que as empresas referências, como a Caterpillar, Elring Klinger, Cosan e Dedini, que já atuam no mercado global, capacitarão seus fornecedores.
Eugênio Stipp, consultor e sócio-proprietário da Gol Consultoria, empresa que vai liderar o processo de formação, disse que o programa contempla a Certificação pela norma ISO 9001, o Programa de Gestão Orientada para a Lucratividades (GOL) e o Programa de Qualificação de Fornecedores das empresas de referência. Conhecimentos que podem ser incorporados às empresas com baixo custo, quando rateado, em pouco mais de um ano.
Com isso se pretende que essas pequenas e médias empresas sejam alavancadas para um cenário de maior competitividade, a partir de uma gestão de pessoas, com estrutura produtiva não poluidora, logística de ponta e produtos de padrão internacional. Para as grandes empresas envolvidas, a atitude é a garantia de que passarão a ter um tratamento mais adequado de seus fornecedores. A cooperação foi a saída encontrada para disseminar o conhecimento. Toda a cadeia produtiva ganha com isso.
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